segunda-feira, 20 de agosto de 2007

As notícias de hoje, 20/08, são:

As notícias de hoje, 20/08, são:


- Para consultor, Brasil não deve sofrer crise imobiliária

- Entenda o problema com o risco de crédito nos Estados Unidos

- Caixa amplia em 20% crédito imobiliário no estado

- Itaú divulga comunicado para afirmar que não possui exposição a crédito subprime

- O (futuro) maior construtor do mundo

- Bradesco e Unibanco também dizem não ter exposição a crédito subprime

- Para consultor, Brasil não deve sofrer crise imobiliária



Brasil não corre o risco de sofrer uma crise imobiliária igual à que tomou conta dos Estados Unidos. Segundo o brasileiro Ariel Frankel, que trabalha como consultor na área imobiliária em Nova York, o motivo é a diferença entre os sistemas brasileiro e americano de crédito imobiliário.

Enquanto no Brasil o sistema é relativamente engessado - com burocracia e papelada para liberação - e há relativamente pouco dinheiro disponível para os financiamentos, nos EUA houve uma "euforia" de empréstimos descomplicados, que não exigiram garantias suficientes dos mutuários.

"Este não foi o único problema nos EUA. Mas a crise seria menor se tantos empréstimos de alto risco não tivessem sido concedidos", diz.

A liberação do crédito imobiliário nos EUA é tão rápida que muita gente usou a própria casa como forma de levantar dinheiro para pagar dívidas de consumo - como a conta de cartão de crédito, por exemplo.

Refinanciar a casa se tornou, portanto, uma aposta: segundo o consultor, caso o mercado continuasse a crescer e o imóvel se valorizasse, melhor para o mutuário; caso as residências perdessem valor no mercado - como acabou acontecendo -, a situação dos devedores ficaria complicada.

Nos EUA, os imóveis são reavaliados de tempos em tempos para que o banco não perca a garantia do financiamento concedido. Assim, se um imóvel que valia US$ 100 mil perdeu valor, passando a valer US$ 90 mil, o banco pede que o mutuário consiga uma garantia extra ou que pague isso por meio de uma prestação reajustada.

No Brasil

No Brasil, a situação é diferente: apesar do recente crescimento, o crédito imobiliário é relativamente pequeno em relação à demanda e a papelada envolvida no processo de obtenção do dinheiro é grande - o processo de aprovação pode levar meses. Por isso, é muito pouco provável que alguém vá usar o crédito imobiliário como forma de financiar compras no varejo, como ocorre nos EUA.

Para Frankel, apesar de o sistema de financiamento imobiliário brasileiro "blindar" o país em relação à atual crise - uma vez que a checagem de crédito dos mutuários é mais bem feita -, não é possível dizer que o crédito imobiliário nacional é melhor que o americano. Isso porque, segundo ele, a lentidão e a escassez de recursos acaba limitando investimentos no setor da construção civil.

O consultor afirma, porém, o crescimento do crédito imobiliário no país - reflexo da queda dos juros e da inflação - é um fenômeno positivo no Brasil.

"O ideal é um meio-termo entre os dois casos. Um sistema simples e descomplicado, como o dos Estados Unidos, seria ideal se unido a um sistema de checagem de crédito mais eficiente", explica.

Fonte: G1 - Globo Online



Entenda o problema com o risco de crédito nos Estados Unidos
SUBPRIME

As hipotecas de alto risco, conhecidas como subprim, são empréstimos concedidos a clientes que não têm boa avaliação de crédito nos EUA. Ou seja, pessoas que, antes, não conseguiam financiamento para casa própria. Como os juros americanos estavam em patamar muito baixo (em 2003, a taxa anual era só de 1%), e a economia vinha crescendo com força, os bancos passaram a atender esses clientes em busca de retornos maiores.

INADIMPLÊNCIA

As hipotecas subprime costumam ter taxas pós-fixadas, que sobem de acordo com as oscilações da economia. Com a alta dos juros básicos nos EUA (hoje em 5,25%), esses financiamentos ficaram mais caros, e muitos clientes deixaram de pagar suas prestações em dia.

EFEITO CASCATA

Os bancos que estão sofrendo com a inadimplência nas hipotecas de risco enfrentarão problemas de caixa e, por isso, poderão reduzir a oferta de crédito para os demais clientes, mesmo os que têm histórico de bons pagadores.

IMPACTO NA ECONOMIA

Se houver uma restrição de crédito generalizada nos Estados Unidos, será um duro golpe para o crescimento americano. A expansão nos EUA é movida justamente por crédito e consumo. A queda no preço de imóveis também afetará o consumidor, já que muitos proprietários costumam refinanciar a hipoteca de suas casas como forma de obter recursos para comprar mais. Como os EUA são, de longe, a maior economia do planeta, um freio no país teria impacto para todo o mundo.

PERDAS FINANCEIRAS

Os prejuízos no mercado hipotecário dos EUA podem afetar investidores de todo o mundo. Os créditos imobiliários americanos costumam ser securitizados - ou seja, o direito de receber o pagamento da hipoteca no futuro é "vendido" a fundos de investimento. Grandes fundos que investiram em subprime estão tendo prejuízos agora.

EMERGENTES

Os papéis de países emergentes são os mais afetados. Muitos fundos que aplicam em subprime, por terem perfil mais agressivo, investem também em títulos de emergentes. Para cobrir os prejuízos, esses fundos vendem os papéis de emergentes.

Fonte: O Globo



Caixa amplia em 20% crédito imobiliário no estado
A Caixa Econômica Federal (CEF) pretende contratar este ano, na Bahia, um total de R$350 milhões em crédito imobiliário. Com foco no financiamento habitacional, o volume financeiro será 20% superior ao aplicado no ano passado. A informação foi confirmada ontem, em Salvador, pelo vice-presidente da CEF, Jorge Hereda, durante a abertura do I Fórum de Habitação de Interesse Social – um dos eventos paralelos da Expo Construção 2007. “No país, serão R$17 bilhões, ultrapassando assim os R$14 bilhões contratados em 2006. Até o momento, já contratamos este ano R$8,4 bilhões”, afirma. Conforme anunciou, 70% dessas aplicações serão destinadas ao atendimento às famílias com renda de até cinco salários mínimos. O objetivo da iniciativa é contribuir para a diminuição do déficit habitacional no Brasil, estimado hoje em quase oito milhões de moradias, sendo 700 mil somente no território baiano.

Entretanto, para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão, o atual contexto revela que o país ainda está longe de resolver o problema da habitação. Na avaliação do dirigente, era preciso construir, durante os próximos 16 anos, 400 mil novas unidades habitacionais por ano no Brasil, para tentar liquidar a carência já existente e aquela esperada para os anos seguintes. “Contudo, em 2006, o país construiu somente 146 mil moradias, número que deve se repetir em 2007. De qualquer forma, temos todas as condições para atingir essas 400 mil habitações”, argumenta.

Outra deficiência apontada por Simão, envolve também a questão do crédito imobiliário brasileiro, que responde atualmente por apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB). “Quando a relação entre o crédito e o PIB é boa, o país costuma ser mais desenvolvido. Por exemplo, no Chile esse percentual é de 17%, enquanto que no México é de 11%”.

Apesar desse cenário, de acordo com o vice-presidente da Caixa, através dos subsídios, da queda nas taxas de juros e do aumento nos prazos de pagamento, o mercado vem conseguindo atingir uma parcela cada vez maior da população que antes não podia tomar financiamentos. “Isso tem permitido com que 85% dos contratos cheguem às famílias de baixa renda, onde se concentra 96% do déficit nacional de moradias”, comenta.

Fonte: Correio da Bahia



Itaú divulga comunicado para afirmar que não possui exposição a crédito subprime
O Banco Itaú divulgou há pouco uma nota informando que a instituição e suas coligadas não possuem exposição ao mercado de crédito imobiliário classificado como subprime (de maior risco) e nem com títulos atrelados a estas operações, conhecidos como CDOs (Collateralized Debt Obligation).

Ontem, as ações PN do Itaú caíram 4,46% e as do Bradesco, 3,70%, no que foi entendido por alguns analistas como um efeito manada de venda de papéis de bancos em todo o mundo. Hoje a ação preferencial do Itaú caiu só 0,4%, a R$ 76.

O Itaú acrescentou que são pouco relevantesos valores associados a financiamentos-ponte para lançamento de ações.

O banco afirma que decidiu informar esta posição diante do momento de significativa volatilidade nos mercados de capitais e em linha com as melhores práticas de divulgação de informações e de governança corporativa

Segundo o Itaú, a aplicação em CDO de créditos subprime não faz parte da política de investimentos do conglomerado financeiro.

Fonte: Valor Econômico



O (futuro) maior construtor do mundo


O empresário Rubens Menin, dono da construtora MRV, levantou R$ 1,2 bilhão no maior lançamento de ações do setor imobiliário. Agora vem a parte difícil, que é quadruplicar de tamanho

Por Leonardo Attuch - ISTO É DINHEIRO

O dia 15 de agosto, em que se comemora a assunção de Nossa Senhora, foi feriado em várias cidades. Uma delas, Belo Horizonte, sede da construtora MRV, que acaba de fechar o maior lançamento de ações do setor imobiliário da história do País. A operação, concluída após uma intensa maratona de road-shows internacionais, rendeu R$ 1,2 bilhão aos cofres da empresa e deixou para trás IPOs de construtoras mais conhecidas, como Cyrela, Inpar e Brascan.

Com um sucesso tão estrondoso, era de se esperar que o empresário Rubens Menin, um engenheiro de 51 anos, tirasse enfim um dia de folga. Que nada! Sem ter como trabalhar na capital mineira, Rubens embarcou para Campinas, no interior paulista.

Foi vistoriar um dos seus canteiros de obras. No mesmo dia, seguiu para São Bernardo do Campo, onde visitou um conjunto habitacional de 700 unidades que já está todo vendido. “Não dá para descansar”, disse ele. “Nossa missão agora é muito grande”. Rubens não exagerou. O plano que ele vendeu aos investidores, numa operação coordenada pelo UBS Pactual, é transformar sua construtora na maior do mundo em unidades vendidas. A MRV, que irá lançar 10 mil imóveis neste ano, quer chegar a 40 mil até 2010, superando três empresas mexicanas que são as maiores: Homex,Geo e Urbi. “Isso é viável”, garante o empresário de 1,95m que acaba de se tornar um novo bilionário. O valor de mercado da MRV já é de R$ 4 bilhões e Rubens, que fundou a empresa em 1979 ao sair da faculdade, possui 44% das ações, o que equivale a R$ 1,8 bilhão.

As contas do engenheiro são simples. No México, são lançadas 600 mil novas unidades habitacionais por ano. Aqui, onde só agora o mercado imobiliário começa a despertar de um marasmo de quase 30 anos, o volume deve chegar a 150 mil em 2007.

Ocorre que as condições macroeconômicas dos dois países hoje são muito parecidas. Além disso, o Brasil também colocou em prática alguns instrumentos, como a alienação fiduciária, que existem lá há muito mais tempo. A diferença, a nosso favor, é o fato de termos uma população 50% maior. “Nós teríamos de ser, no mínimo, iguais ao México”, diz ele. Isso significa crescer quatro vezes de tamanho, ou seja, justamente o que a MRV, focada em imóveis econômicos, pretende fazer nos próximos anos. Rubens diz que o Brasil dispõe de imensas áreas disponíveis, possui qualidade técnica e, agora, há também crédito farto. Dados do Banco Central apontam que os financiamentos imobiliários devem chegar a R$ 15 bilhões neste ano (leia quadro acima). “O nosso desafio é adequar a gestão para um salto de crescimento tão grande”, diz ele.

Nesse aspecto, a MRV conta com algumas vantagens. Na empresa, existem hoje 93 sócios, que possuem cerca de 12% do capital, um naco que vale quase R$ 500 milhões. Todos eles, no entanto, só poderão vender suas ações se continuarem por lá num prazo que varia de dois a cinco anos. “Agora, temos um exército aqui dentro”, diz Rubens. Para criar esse modelo, o empresário se inspirou no modelo de partnership implantado pelo próprio Pactual há vários anos.

Nos dois casos, o ingresso de sócios depende da produtividade e dos resultados gerados para a empresa. Na construtora, existem até curiosidades como uma moeda própria, que é o “MRV”. Hoje, um MRV – não confundir com a antiga URV – vale R$ 26,90.

E, sempre que um empreendimento é lançado, o engenheiro responsável tem uma quantidade limitada de MRVs para concluir o trabalho. Se reduzir o desperdício e fizer com menos, obviamente sem prejuízo da qualidade, ganha pontos internamente.



Qualidade, por sinal, é palavra de ordem na empresa. Embora trabalhe para o chamado “povão”, Rubens não abre mão dos detalhes. “O nosso cliente é tão ou mais exigente do que os das construtoras de alto padrão”, diz ele. “Ele compra um conceito de moradia e também busca fatores como segurança, conforto, lazer, proximidade do trabalho e até mesmo paisagismo.” Nas suas obras, todas as unidades, que têm preços entre R$ 45 mil e R$ 200 mil, são entregues com uma série de acabamentos. A diferença é que quase tudo é padronizado. Enquanto a MRV trabalha com cerca de 120 fornecedores, outras construtoras chegam a ter mais de mil. Rubens não teme a concorrência das empresas que prometem se lançar no mercado popular nem se incomoda quando lhe dizem que o segmento não dá lucro. “Não dá para quem não sabe fazer”, diz ele. Hoje, a margem da MRV é de 20% e a empresa deve fechar o ano de 2007 com um Valor Geral de Vendas de R$ 980 milhões – o VGV é o principal indicador usado pelas construtoras. “É quase o triplo do que fizemos no ano passado”, diz Rubens, que trabalha das 7h às 20h. Nas horas de folga, ele relaxa na quadra de tênis, jogando dupla com outros empresários mineiros, como Ricardo Guimarães, do BMG, Lúcio Costa, da Suggar, e Rodrigo Mascarenhas, da RM Sistemas. “Mas não tem sobrado tempo”, lamenta o construtor. “Todo mundo diz que eu tenho andado meio sumido”. Não é para menos.



Bradesco e Unibanco também dizem não ter exposição a crédito subprime

SÃO PAULO - A exemplo do que fez ontem o Itaú, dois outros grandes bancos brasileiros - Bradesco e Unibanco - vieram a público para informar que não possuem operações ligadas ao mercado de crédito imobiliário classificado como subprime (de maior risco).

Em nota de apenas uma frase assinada pelo diretor de Relações com Investidores, Milton Vargas, o Bradesco diz que não possui operações relacionadas ao mercado imobiliário (subprime) dos EUA ou de outros países. O comunicado do Unibanco afirma que a instituição e suas subsidiárias não possuem exposição a qualquer tipo de ativos do mercado de financiamento imobiliário dos Estados Unidos da América e a nenhum ativo relacionado a instrumentos financeiros do mercado conhecidos como financiamentos subprime, seja nos Estados Unidos, seja em outros países.

(Valor Online)

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